sexta-feira, 23 de março de 2012

O Evangelho da graça sob ataque


As igrejas da Galácia estavam sendo seduzidas pelos falsos mestres, e o evangelho da graça estava sob fogo cruzado. Os judaizantes espalhavam entre as igrejas gentílicas que Paulo não era um apóstolo autorizado e que sua mensagem não era verdadeira.  Estes falsos mestres tornavam a obra de Cristo na cruz insuficiente e acrescentaram as obras da lei como condição indispensável para a salvação. É contra estes falsos mestres, com firmeza e coragem que Paulo empunha a espada do Espírito para repreender a igreja e anatematizar os hereges.
O Abandono do Evangelho
1)  O espanto do apóstolo Paulo (Gl 1.6) – Paulo está perplexo com a atitude das igrejas da Galácia. Aqueles irmãos que haviam abraçado o Evangelho, para logo depois abandoná-lo trocando por uma mensagem diferente, um outro evangelho, que de fato não era Evangelho. Paulo está admirado ao ver a rapidez que esses crentes estavam apostatando da fé.  Em vez de dar graças a Deus pela igreja no intróito da carta, como de costume fazia nas outras epístolas, Paulo revela seu espanto pela inconstância e instabilidade dos gálatas. Na verdade, Gálatas é a única carta em que não há oração, louvor, ação de graças, nem elogios.
2) A apostasia dos cristãos (Gl 1.6) – As igrejas da Galácia estavam virando a casaca e abandonando com grande rapidez o evangelho, a ponto de trocar o verdadeiro evangelho por um falso. Abandonaram a graça para colocar-se debaixo do jugo da lei. O que diríamos nós acerca da apostasia que atinge os redutos chamados evangélicos, em que o sincretismo religioso está substituindo o evangelho?
A ideia do original não é “que tenhais sido afastados tão depressa”- mas que “estejais passando tão depressa” – a palavra grega metatithemi, significa, “transferir a fidelidade” – estavam mudando de partido religioso. Tornaram-se “casacas religiosos” e desertores espirituais”.
3) O abandono ao Deus da Palavra e à Palavra de Deus – O cristianismo não é apenas a adoção de um credo, mas, também, a sustentanção de um relacionamento. Apostasia não é apenas o abandono da doutrina ortodoxa, mas também a deserção do próprio Deus. Não apenas o Evangelho eles haviam abandonado, mas também o Deus anunciado pelo Evangelho. Eles estavam afastando-se do Deus de toda graça. Afastar-se do evangelho da graça, é afastar-se do Deus da graça!
4) O outro Evangelho não é o Evangelho verdadeiro (Gl 1.6,7) – Paulo usa aqui um trocadilho de palavras para desmascarar o outro evangelho (cf. Atos 15.1) anunciado pelos judaizantes. Há duas palavras no grego para “outro” – heteros – outro de outra substância, diferente; e allos – outro da mesma substância, tipo e essência. A palavra allos é o mesmo termo que aparece em Jo 14.16 – “outro consolador” – ou seja, do mesmo tipo, essência e substância. Isto é uma prova irrefutável que o Espírito Santo é Deus e não uma força ativa como querem os TJ.
O verdadeiro evangelho é o Evangelho da graça, da salvação pela fé em Cristo. Este evangelho difere radicalmente do anunciado pelos judaizantes. O Evangelho que Paulo anunciava, consistia em “o homem não é justificado pelas obras da lei, sim, mediante a fé em Cristo Jesus (Gl 2.16; Rm 3.24; Ef 2.8)
A singularidade do Evangelho
Depois de falar da apostasia da igreja e da ação nociva dos falsos mestres, Paulo reafirma a singularidade do Evangelho, evocando a maldição divina para todos os que pervertem o Evangelho e pertubam a igreja de Deus com falsas doutrinas.
1)  O Evangelho é maior que os apóstolos (Gl 1.8) – “Mais ainda que nós” (grifo do autor). Paulo estava tão convencido de que não havia outro evangelho, que invocou a maldição de Deus sobre a própria vida, num caso hipotético de pregar um evangelho que fosse além daquele já anunciado aos gálatas.
2)  O Evangelho é maior que os anjos (Gl 1.8) – depois de afirmar que o Evangelho é maior que os apóstolos, Paulo afirma que o Evangelho é maior que os anjos. Jamais o céu enviaria um mensageiro com um segundo evangelho.
3) O Evangelho é maior que os falsos mestres (Gl 1.9) – Depois de citar dois casos hipotéticos no versículo 8, Paulo menciona uma possibilidade real no versículo 9. Como representante autorizado de Cristo, pronuncia a maldição sobre os judaizantes que estavam cometendo o crime de chamar de falso o verdadeiro Evangelho e tratando de colocar o falso evangelho no lugar daquele que salva.
4)  A motivação do Evangelho (Gl 1.10) – Paulo não negociou a verdade para procurar o favor dos homens. Paulo era um apóstolo e não apóstata. Ele estava a serviço de Cristo, não de homens.
Nele, que é o Evangelho da graça

Nenhum comentário:

Postar um comentário