Nós, que já somos possuidores de uma Bíblia, não temos a intenção de
deixá-la guardada na estante; ao contrário, desejamos estudá-la.
Estamos interessados na Bíblia.
Outros nos falaram deste livro extraordinário, miraculosamente
preservado através dos séculos, admiravelmente documentado em vários
assuntos, e hoje espalhado no mundo inteiro. Aprendemos que a Bíblia é
sempre atual nas suas declarações proféticas, a ponto de deixar
admirados jornalistas, sábios e políticos.
Sabemos que muitas pessoas encontraram conforto em sua leitura e estamos
ansiosos por encontrar, por nossa vez, uma resposta às nossas perguntas
e soluções aos principais problemas da existência. O fato de outros
terem sido abençoados pela Bíblia não é suficiente, precisamos de uma experiência pessoal.
A Bíblia não é um dicionário, nem um tratado de história antiga, nem um manual de psicologia aplicada, mas a revelação de Deus para os homens.
Não podemos nos aproximar dela com ceticismo, preconceitos ou
pretensões. Por meio da Bíblia, o Todo-Poderoso Se deixa conhecer pela
alma humana.
Mas Ele não dispensa indiscriminadamente os Seus tesouros. Ele os confia
aos humildes, que sentem a necessidade do Seu socorro. Assim sendo, a
humildade è a condição essencial a uma leitura edificante e proveitosa
das Escrituras Sagradas.
Certas pessoas lêem a Bíblia ao acaso, procurando versículos de uma maneira incoerente,
e isto para conhecer o futuro, atribuindo assim à Escritura um poder
mágico! Que engano! A Bíblia è um livro vivo: a seiva divina que dela
emana está pronta para nutrir os espíritos bem dispostos, para fazê-los
crescer na graça e conhecimento de Jesus Cristo (2 Pedro 3:18).
Leiamos a Bíblia com método.
Comecemos pelos Evangelhos, de preferência o de João. Descobriremos nele
Jesus Cristo, nosso Salvador; por intermédio do Seu Espírito, Ele é tão
presente no texto quanto o era em Sua vida terrestre na Palestina.
Investiguemos depois uma das Epístolas do apóstolo Paulo, os Salmos de
Davi ou as maravilhosas histórias de Abraão, Moisés, Elias, Daniel...
Que o nosso entendimento espiritual seja equilibrado pelo alimento das
revelações sublimes do Velho Testamento e das verdades evangélicas do
Novo. Não começemos a leitura da Bíblia pelo Apocalipse, livro cujos
mistérios somente se esclarecerão à luz de um conhecimento aprofundado
de outros textos das Escrituras.
Será proveitoso nos colocarmos no contexto histórico do livro que tencionamos ler.
Será benéfico nos apropriarmos pessoalmente das promessas ou das
palavras de conforto, das exortações ou das advertências do texto
sagrado, e conformarmos a nossa vida diária ao critério que a Escritura
Sagrada nos propõe.
Sim, a leitura da Bíblia pode tornar-se apaixonante para quem preenche as condições. Que seja o nosso caso!
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